terça-feira, 4 de julho de 2017

Divulgação ainda é gargalo da revisão

Após recomendação do MPE, Prefeitura marcou novas audiências populares para discutir sobre o Plano Diretor de Palmas para o dia 22 deste mês.
Patricia Lauris
Desde o início das discussões acerca da revisão do Plano Diretor de Palmas, em 2015, o Ministério Público do Estado (MPE-TO) e o Conselho de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Palmas questionam a efetividade da divulgação das ações que reflete na pouca participação popular para discutir os temas que dizem respeito à cidade.
O MPE fez mais uma recomendação, no último dia 22, para que fossem suspensas imediatamente as audiências públicas marcadas para apresentar informações sobre a revisão e destacando que deveriam ser promovidas medidas que garantissem a efetividade na publicidade dos documentos produzidos pelo grupo de Trabalho Especial para a Revisão do Plano Diretor de Palmas, além de outras ações que garantissem a maior divulgação à população.
De acordo com o professor de Direito Urbanístico da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e membro do conselho, João Bazolli, a metodologia que a Prefeitura de Palmas, agente executor da revisão, está utilizando desde o início do processo que seria apresentado à população é questionado. “Sempre discutimos que deveriam ser feitas oficinas comunitárias, porque como a população vai opinar de algo que ela nem imagina, da estrutura do que vai ser discutido”, argumentou.
Outro ponto destacado por Bazolli é que a legislação estabelece que a divulgação seja feita em veículo de massa, o que não teria acontecido. “Parte da população não sabe o que está acontecendo. No diagnóstico, eles alegam que distribuíram panfletos, que fizeram contatos. Mas o Plano Diretor teria que ter, obrigatoriamente, um recurso voltado para a divulgação e na verdade não houve um plano de comunicação. Eles dizem que o plano está sendo discutido há dois anos, porém, em palestras, pergunto quem está sabendo sobre a revisão do Plano Diretor e raramente as pessoas levantam a mão”, conta.
O professor ainda ressalta que falta contato com a população, para que haja melhor compreensão sabre o que é de fato a revisão do Plano Diretor, e que não se trata de um processo político. “A população precisa entender a importância nessa estrutura de participação porque, na verdade, vai influenciar a vida pela pelos próximos 10 anos”,diz
A recomendação do MPE, que foi atendida pela prefeitura, também orientou que a metodologia de trabalho deveria ser adequada para atender as reuniões comunitárias e audiências públicas.

Plano

Conforme o Estatuto das Cidades, o Plano Diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana e deve englobar o território do Município como um todo. A lei que institui o plano diretor de um município deve ser revista a cada dez anos. Como o Plano de Capital foi instituído em 2007, surgiu a necessidade da revisão. 
Conforme a prefeitura, a revisão passará por cinco fases: a primeira foi o planejamento do trabalho, seguido da leitura técnica e comunitária da cidade. A revisão atualmente está na terceira fase, de elaboração do diagnóstico municipal, e seguirá para criação de um relatório com diretrizes e propostas. A última fase é a revisão virar o projeto de lei, que deverá passar pela aprovação na Câmara dos Vereadores.

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